Startups desenvolvem soluções criativas para o mercado de acessibilidade

O mês de setembro tem sido marcado por histórias de superação. A Paralimpíada colocou a acessibilidade no centro das atenções, e mostrou ao mundo histórias como a da atleta norte-americana Amy Purdy que, com próteses nas duas pernas, emocionou o público durante a cerimônia de abertura ao dançar com um robô industrial. Sua coreografia é um lembrete de que pessoas com deficiência podem executar com perfeição atividades cotidianas – e a tecnologia e a criatividade têm sido fortes aliadas para tornar isso possível.

No Brasil, cada vez mais empresários têm se dedicado para contribuir com essa causa. Manuel Augusto Cardoso é um deles. No ano passado, lançou o Projeto Giulia, um bracelete capaz de traduzir os sinais de Libras – a linguagem dos sinais – em texto e voz.

Todo o processo de tradução dura apenas alguns segundos. Os movimentos dos braços e das mãos são captados pelo aparelho, que transmite essas informações para o smartphone via bluetooth e as transformam em texto e voz. Quando o ouvinte responde no microfone do smartphone, o aparelho também converte a mensagem em texto ou desenho animado em Libras. Com isso, deficientes auditivos conseguem manter conversas com pessoas que não compreendem a linguagem dos sinais, facilitando atividades cotidianas.

O número de pessoas que pode precisar dessa aplicação surpreende. Segundo o último Censo Demográfico do IBGE para pessoas com deficiência, datado de 2010, há no Brasil mais de 340 mil pessoas completamente surdas. Se somarmos aquelas que têm grande dificuldade de audição, ou seja, que mesmo com o aparelho auditivo têm dificuldades permanentes para ouvir, esse número salta para mais de duas milhões.

As aplicações da tecnologia são muitas, e as soluções têm se desenvolvido em todas as frentes. Às vezes, ideias simples, mas inovadoras, podem fazer toda a diferença. É o caso do Kit Livre, que acopla um equipamento a qualquer cadeira de rodas para transformá-la em um triciclo elétrico.

Para Júlio Oliveto, um dos desenvolvedores da ideia, o objetivo é quebrar o paradigma da figura estática dos cadeirantes e trazer movimento a eles. De acordo com o Censo do IBGE para pessoas com deficiência, a quantidade dos que se declaram incapazes ou com grande dificuldade permanente para concluir atividades como caminhar ou subir escadas, mesmo com o auxílio de bengalas ou próteses, supera os quatro milhões.

Esse equipamento vem em versões distintas, tanto para mobilidade quanto para atividades esportivas, permitindo que o deficiente use pistas de skate ou de BMX, por exemplo. “A nossa ideia é que a pessoa possa ter aquela sensação de vento no rosto”, afirma Oliveto.

Os problemas de locomoção podem ser diversos, e nos casos em que há a necessidade de o paciente permanecer acamado, um grande fator de desconforto é a dificuldade de tomar banho e higienizar de modo adequado. Pensando em facilitar esse processo, o arquiteto Arthur Zobaran Pugliese desenvolveu uma espécie de banheira portátil feita a partir de plástico PVC.

Com o nome de Confort Banho, o produto lembra um lençol, que, quando inflado torna-se uma banheira, permitindo ao acamado tomar banho com água corrente e sem sair do leito – normalmente, essa higienização é feita com pano umedecido.

São soluções simples, mas com impacto significativo na qualidade de vida. Todos os projetos mencionados acima fazem parte do Braskem Labs. Essa é uma iniciativa da empresa petroquímica em busca de soluções inovadoras e sustentáveis usando a química ou o plástico nas mais diversas áreas da sociedade.

Fonte: Start Se

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