O carnaval se aproxima e, com ele, blocos dos mais diferentes formatos ganham espaço entre os foliões da capital federal. Nesta sexta-feira (28/1), o Quanto mais rezo, mais samba me aparece, organizado pelo Centro Cultural de Brasília (CCB), que é casa dos jesuítas na cidade, propõe, a quem gosta de festejar, uma folia com “muita música, alegria e aquele clima gostoso de festa familiar e segura, perfeita para todas as idades”.
Apesar de a ideia ter surgido há algum tempo, é a primeira vez que o CCB organiza um bloco para celebrar a data comemorativa, conforme conta ao Correio o padre Miguel Martins, da Companhia de Jesus, diretor-geral do centro cultural.
“Como é um momento de lazer, de convivência, de confraternização, e a nossa comunidade tem crescido nesse sentido de pertença entre as famílias, as pessoas que frequentam aqui as missas do Centro Cultural de Brasília e os eventos que a gente promove aqui, de reflexão, eventos culturais, pensamos ‘por que não fazer um bloquinho de carnaval?’”, explica.
A criação inovadora veio, conta o religioso, “do desejo de brincar o carnaval e de se confraternizar”, mas também para celebrar com “uma festa tipicamente brasileira” o jubileu de 60 anos da presença jesuíta em Brasília.
Se engana, porém, quem pensa que a comemoração vai ser pautada na religião. Segundo o padre Miguel, não há “nenhuma diferença” entre o Quanto mais rezo, mais samba me aparece e blocos tradicionais. “Quando uma paróquia ou uma comunidade religiosa promove um carnaval, as pessoas pensam assim: ‘Ah, vai ter oração, vai ter reza, vai ter louvor, vai ser uma coisa assim com cânticos religiosos’. Não. Vai ser um carnaval tipicamente carnaval, vai ser só para a gente brincar, para a gente confraternizar.”
Fantasias, confete, samba, axé, marchinhas de carnaval, frevo — tudo isso faz parte da comemoração organizada pelos jesuítas, ao som de DJ e banda. Além disso, o evento conta com drinks, chope, bebidas não alcoólicas e comidas, inclusive do Dog da Igrejinha.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
“Na verdade, o que a gente quer fazer é viver o carnaval como comunidade”, esclarece. “A gente não precisa o tempo inteiro enfocar no aspecto religioso. Aqui é muito importante a gente lembrar que, como nós somos um centro cultural e a proposta do próprio centro cultural é esse diálogo entre fé e cultura e política e vida social, civil e tal, a gente valoriza o que é cultural.”
O objetivo, portanto, é “encarar o carnaval com uma coisa saudável, uma coisa boa, uma coisa que faz a gente crescer como seres humanos equilibrados, livres, que valorizam a alegria”, segundo o padre. “Jesus quer as pessoas felizes. E se o carnaval nos faz felizes, a gente brinca o carnaval. É claro que o grande problema é quando as pessoas exageram. E no carnaval acontece de fato muitos exageros. O carnaval é uma ocasião que muitas pessoas passam dos limites. Não é o nosso caso.”
São bem-vindas pessoas de todas as idades e de todas as religiões. “A gente quer propor um momento de confraternização, um momento de encontro, principalmente das famílias que gostam de um espaço seguro para brincar.”
” aria-label=”Botão para direita” style=”color: black;”>
A entrada no Quanto mais rezo, mais samba me aparece, que começa às 17h no Centro Cultural de Brasília, SGAN 601, custa R$ 35, com o abadá incluso — há 100 disponíveis —, ou R$ 20, sem ele. Os ingressos podem ser adquiridos por meio do Sympla, com taxas.
Para quem de fato busca espiritualidade no feriado, o CCB organiza, além do bloco, um retiro de oração e silêncio, que ocorre durante o sábado, o domingo e a segunda-feira (1º, 2 e 3/3) — a fim de promover preparação para a quaresma, que inicia na Quarta-feira de Cinzas (5/2). O evento religioso, porém, não tem relação com a celebração do dia anterior. “É muito importante também a gente aprender um pouco a discernir as coisas”, finaliza padre Miguel.
Bloco de carnaval do Centro Cultural de Brasília
Sexta-feira (28/2), a partir das 17h, no Centro Cultural de Brasília (SGAN 601, módulo D, Asa Norte).