O Ministério Público francês pediu nesta terça-feira 18 meses de prisão, com suspensão condicional de pena, de um casal que vivia com 159 gatos e sete cães em condições degradantes num apartamento de 80 m² em Nice. O Tribunal Penal de Nice marcou para 3 de abril o julgamento por abandono de animal doméstico do casal.
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Policiais encontraram o local quando mediavam uma disputa de bairro em 12 de fevereiro de 2023. Em cada cômodo, havia dezenas de animais desidratados, desnutridos, cobertos de parasitas e lesões causadas por sujeira. O chão e os móveis estavam cobertos de urina, fezes e lixo.
— Eram os amores da minha vida, mas eu perdi o controle — explicou a dona, de 68 anos, dizendo que o estado de degradação do apartamento e dos animais era apenas ocasional e que procurava soluções, mas se viu sem condições de resolver o problema quando uma infecção atingiu os gatos e uma onda de calor a deixou doente.
Uma avaliação psiquiátrica constatou que ela poderia ter a síndrome de Noah, uma necessidade de salvar animais que acaba se transformando na negação dos próprios limites. Seu companheiro, de 52 anos, tratava sozinho dos contratos de sua empresa de limpeza, e o casal foi alvo de um processo de despejo com uma dívida de arrendamento de 8 mil euros.
Em 2014, o casal já havia sido alvo de uma investigação, que foi encerrada sem grandes providências, porque moravam com 13 gatos e um cachorro em um estúdio de 18 m². Mas, quatro anos depois, a mulher recolheu três gatos e três cachorros dos pais e em seguida ainda pegou cerca de 30 gatos que já alimentava em um prédio abandonado, acreditando que corriam risco de serem envenenados. Então os animais se reproduziram, chegando ao atual número de 159 gatos.
A defesa pediu que o casal fosse absolvido, citando os custos que tinham para alimentar e cuidar dos gatos e argumentando que em nenhum momento foi comprovado “desinteresse duradouro e definitivo”.
Mais de 20 associações de defesa dos direitos dos animais pediram cerca de 200 mil euros (aproximadamente R$ 1 milhão) de indenização por danos morais e pelas despesas com o cuidado e manutenção dos animais recuperados. Assim como o Ministério Público francês, também solicitaram a proibição definitiva ao casal de manter animais ou de realizar atividade a eles relacionada.
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