O IBM SmartCamp 2015 – edição Brasil, evento anual do programa global de empreendedorismo da IBM. O evento reúne investidores e mentores, fornecendo aos empreendedores o acesso a consultores de alto nível e uma via direta para o capital inicial e de risco.
Marcela Vairo, Executiva de desenvolvimento de ecossistema da IBM Brasil, conversou com o Startupi e contou que a ideia da IBM em ter um programa voltado para empreendedores e startups, tem como objetivo a inovação. “Trabalhar próximo das startups é trabalhar perto das inovações. Nós na verdade damos as ferramentas, mas a inovação e as ideias surgem das startups. Com isso, estamos ajudando a própria startup a crescer e eventualmente, ajudando os nossos clientes pois as startups podem trazer soluções que agreguem e ajudem esses clientes”.
Esta é a quinta edição do evento no Brasil e Marcela afirma que notou um crescimento muito grande na qualidade das startups e um amadurecimento em seus Pitchs.“O mercado brasileiro está amadurecendo, vejo startups mais preparadas, não só com soluções em termos de tecnologia, mas olhando para big data, analytics, cloud, ou seja, acompanhando as grandes tendências”.
Devido a esse amadurecimento, Marcela garante que a seleção das startups está cada vez mais difícil, e o que eles levam em consideração é inovação, aderência ao que o mercado está precisando e novas tendências. Ao todo foram 300 inscrições de startups, 30 passaram por uma entrevista e apenas 6 foram selecionadas para a final.
Veja a lista das finalistas:
Gadle.it – A empresa possui uma plataforma colaborativa que reúne varejistas, transportadores e consumidores. A Gadle organiza os pedidos em roteiros otimizados e os envia às transportadoras, utilizando integração de dados, um sistema de roteirização, precificação e monitoramento em tempo real. O resultado são entregas rápidas sem custo adicional, com controle e transparência na gestão por parte do varejista, transportador e consumidor.
Tamboro Educacional – A startup é uma empresa de educação e tecnologia que desenvolve plataformas personalizadas, adaptativas e gamificadas de acordo com o currículo do Ensino Básico. A Tamboro utiliza metodologias de aprendizagem híbrida para uma experiência lúdica, engajada e repleta de sentido para alunos e professores.
Spumenews – A startup tem uma solução que proporciona uma nova maneira de se informar e ler notícias. Ao invés de entregar textos e imagens em longas listas de telas, a Spume News oferece mapas mentais, utilizando técnicas de leitura dinâmica para acelerar o entendimento dos conteúdos em pouco tempo.
Social Miner – A startup tem uma plataforma de marketing que ajuda e-commerces a transformar visitantes do site em compradores. A empresa trabalha com o conceito de “People Marketing”, ou seja, que entende o perfil social e comportamental de cada consumidor on-line e entrega campanhas personalizadas automaticamente.
Nexer – A empresa possui uma plataforma que transforma dados do funcionamento dos veículos e uso dos carros em informações relevantes, auxiliando frotas a aumentarem a eficiência do processo de gestão.
Atmmos Interatividade Virtual – A empresa tem o objetivo de revolucionar a forma como projetos arquitetônicos, que ainda estão na planta, são apresentados e comercializados, utilizando uma solução baseada nas novas tecnologias de realidade virtual.
No dia anterior ao evento, as finalistas puderam participar de mentoria com mais de 40 mentores de diversas áreas de atuação para receber um feedback do seu negócio e preparar sua apresentação para a grande final.
Igor Medauar Mascarenhas, coordenador de aceleração do Start-Up Brasil, foi um dos mentores do evento e contou para o Startupi que a mentoria acabou fazendo pequenos ajustes nas apresentações, focando mais na proposta de valor e pelos canais que os empreendedores irão entrar para o mercado.
“Muitas vezes as startups tem uma proposta de valor, já sabem o que querem, mas não sabem ao certo qual parceiro utilizar, com qual rede de clientes irão atuar e muitas vezes encontram dificuldades em descobrir para qual público eles exatamente irão vender o seu produto”. A mentoria foi fundamental para dar um upgrade nas apresentações e também para startups e mentores trocarem experiências.
Uma novidade dessa edição foi a parceria com o grupo ABC. Muitas vezes as strartups conhecem muito do seu produto, de TI, ou de determinado mercado, mas elas não possuem conhecimento de marketing para vender suas soluções e produtos e por isso, a parceria com o grupo ABC foi tão importante para os empreendedores.
Renata Zanuto, Gerente do programa de empreendedorismo da IBM para América Latina, afirmou que a IBM realmente acredita que os empreendedores são a locomotiva da inovação e por isso oferece benefícios para que a startup consiga se destacar no mercado. Esses benefícios podem ser divididos em três pilares; tecnologia, pessoas e visibilidade.
Na tecnologia pode ser destacado o programa Cloud Startups, programa no qual é oferecido um crédito de até 120 mil dólares em cloud IBM, para que os empreendedores utilizem durante 1 ano em suas soluções entre bluemix e softlayer, que são plataformas e estrutura da IBM em nuvem. Na parte de pessoas, uma vez no programa, as startups ganham acesso a IBMistas, que irão entrar em contato para utilizar toda a tecnologia da IBM. Com relação a visibilidade, os dois finalistas poderão concorrer para ser 1 dos 10 finalistas da competição mundial da IBM e com isso, participar de eventos no Vale do Silício.
As startups finalistas puderam apresentar seu negócio em um Pitch em inglês de 5 minutos para a banca de jurados composta por Humberto Matsuda (Performa e ABVCAP), Igor Medauar Mascarenhas (StatUp Brasil), Maria Rita (Anjos do Brasil), Gustavo Lemos (IDXP) e Marcela Vairo (IBM).
Igor elogiou o nível e a qualidade das startups que estão participando do programa, e Humberto contou que durante os últimos anos, pode acompanhar e ver como o Brasil vem se aprimorando e se integrando principalmente no ponto de vista de fomento ao ecossistema. Com quinze anos de experiência como investidor e ajudando uma série de empresas, ele garante que a característica principal de qualquer empresa de sucesso é a perseverança. “O time de fundadores precisa ser um time que aguenta as dificuldades, que tenta, rala, leva tombo, se ergue e continua andando”.
Maria Rita da Anjos do Brasil, afirma que se quisermos ter empresas bilionárias, os famosos unicórnios, vindos do Brasil é preciso construir o nosso ecossistema e isso só se faz em conjunto, ninguém pode ficar de fora. “Todos os ecossistemas maduros e que tem dado certo, tem uma grande relação entre as grandes corporações e startups”. Maria Rita também destaca que não é preciso ter medo de dizer “eu sou pequeno” e garante que para ser um empreendedor de sucesso é preciso ser corajoso.
Gustavo Lemos, CEO da IDXP, foi o vencedor da primeira edição do Smart Camp no Brasil e deu um show para toda a plateia. Hoje a IDXP é uma empresa brasileira com sede no Vale do Silício. Ele garante que toda a exposição do prêmio é muito importante, mas mais do que isso, o que você faz e leva dessa exposição é o que faz a diferença.
Após a apresentação dos Pitchs, os jurados se reuniram para decidir os dois grandes vencedores da noite. E parece que não foi tarefa fácil, eles precisaram de tempo extra para conseguir decidir quem levaria o prêmio.
E os grandes vencedores da noite foram….
Gadle.it e Nexer!
Em conversa com o Startupi Danilo Matos, CEO da Nexer, contou que só de estar entre um dos candidatos na primeira fase do processo já tinha valido a pena e deixou toda a equipe muito animada. “Nós enxergamos uma grande oportunidade em estar diante de um grande player de mercado mostrando a força que a nossa startup tem”. A mentoria durante o programa foi um processo muito importante, principalmente na estratégia go to Market.
Danilo conta que não esperava ganhar o prêmio e que agora as responsabilidades aumentaram. “Podemos levar a Nexer e o San Pedro Valley, a comunidade de startups de Belo Horizonte para o mundo”.
Marcelo Aragão, COO da Gadle.it, contou para o Startupi que precisou convencer seu sócio para participar do evento, já que sua empresa começou a operar apenas há dois meses.
Ele contou que treinaram o Pitch dentro do carro e não esperavam sair como vencedores. “É inacreditável! O processo como um todo é muito enriquecedor, aprendemos e melhoramos muito, repensamos os valores e missões da nossa marca, coisas que são importantíssimas, mas que poucas pessoas trabalham em cima”. Agora Marcelo pretende focar em mostrar que são capazes, que seu modelo é operacional e atrair mais clientes.
As duas startups finalistas participarão de uma fase global de seleção e as dez startups escolhidas participarão em outubro de um dos mais significativos eventos da área, o Launch Scale, em São Francisco, nos Estados Unidos.
Humberto da ABVCAP deixou um recado para todas as startups finalistas. “É bom lembrar que o mais importante não é vencer uma competição de business plan, mas sim, conseguir criar um negócio sustentável e ter a coragem, perseverança e capacidade de continuar tentando e não desistir. Se os empreendedores não desistirem, com certeza vamos conseguir criar um país melhor e um ambiente muito mais evoluído e sofisticado para que as próximas gerações de startups possam usufruir”.
Fonte: Starupi