Chitãozinho (José Lima), de 70 anos, é um homem cheio de surpresas.
Rock in Rio deu samba! Festival reúne fãs do gênero para ver Ferrugem, Fundo de Quintal e outros Moda: Lenço faz a cabeça do público do Rock in Rio, que rebate críticas de André Marques: ‘Cada um usa o que quiser’
— Eu já vi Iron Maiden, no meio da chuva, aqui em Interlagos… e amei! No meio daquele povo tudo de camiseta preta, eu era o único caipira. E também assisti ao Def Leppard em Miami — revelou o cantor, na última terça-feira, na sede do Instituto Baccarelli, na comunidade paulistana de Heliópolis, onde foi participar do primeiro ensaio do show “Pra sempre sertanejo”, que ocupará o Palco Mundo do Rock in Rio no sábado, o Dia Brasil do festival.
Nesta que será a primeira incursão da música sertaneja na história do evento, ele e o irmão Xororó (Durval de Lima, de 66 anos, que viu por indicação do filho, Junior Lima, o show de Lenny Kravitz com Aerosmith em Miami) serão acompanhados pela Orquestra Sinfônica Heliópolis. Com arranjos sinfônicos do maestro Jetter Garotti, a dupla que mudou os rumos da música caipira e ajudou a criar o pop sertanejo no começo dos anos 1980, recebe com sua banda grandes representantes de diferentes gerações do estilo: Junior, Simone Mendes , Luan Santana e Ana Castela.
— A gente esperou muitos anos pelo convite do Rock in Rio, mas eu não imaginava tanta responsabilidade — confessou Chitãozinho: — Tem o Júnior, que é da família, e os outros são pessoas pelas quais a gente tem um carinho muito grande, desde o começo da carreira de cada um. E eles também têm um respeito muito grande por nós. A gente vai subir naquele palco para se divertir, porque a gente já cantou junto com eles em outros eventos, então, não vai ser tão difícil.
Chitãozinho e Xororó se emocionam com Orquestra sinfônica Heliópolis no ensaio do Rock in Rio — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
E o irmão completou:
— Ao longo da carreira, a gente quebrou tantas barreiras, tantos tabus. No Rock in Rio, mais uma vez a gente vai cantar para um público diferente.
Mais de Entretenimento:
Menina do vídeo “Que Xou da Xuxa é esse?” conseguiu ir duas vezes ao programa depois do episódio do doc das Paquitas Bianca Rinaldi lembra primeiro namoro com ex-paquito, seu par em filme: ‘Era quem ia ficar com quem’ Atração do Rock in Rio, Will Smith voltou a cantar após polêmicas: ‘Música sempre me fez crescer’ Com programa no Rock in Rio, Fernanda Bande comenta afastamento de Pitel e apoio que recebe do namorado
Não é nem a primeira vez de Chitãozinho e Xororó com orquestra (eles já tiveram um projeto sinfônico com o maestro João Carlos Martins), nem de flertes com o rock (em 2008, fizeram dobradinha com a banda Fresno). Na verdade, já nos anos 1970, eles eletrificaram seus violões e violas e agora, pouco antes do festival, prometem lançar músicas de José e Durval, a persona “com a licença de pesar um pouco mais no rock”, como diz Xororó.
— O rock sempre esteve presente na nossa vida, na década de 1970 eu ouvia muito Elton John, depois apareceu o Bon Jovi… esse rock mais romântico a gente sempre ouviu — disse Chitãozinho.
Chitãozinho, Xororó e Ana Castela em ensaio para o Rock in Rio com a Orquestra sinfônica Heliópolis — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
E Xororó entregou:
— Quando a gente começou a levar para estrada uma produção grande, nosso palco foi inspirado no do Yes, no primeiro Rock in Rio. A gente copiou aquela ideia. Subíamos uma escada e aparecíamos no centro do palco!
E o Rock in Rio é só o começo para a dupla: há alguns dias, eles foram escolhidos como os homenageados do Prêmio da Música Brasileira de 2025.
— Vai ser demais ver João Bosco, Caetano Veloso, os cariocas, os baianos cantando nossas músicas — comemorou Xororó.
— A gente não é só cantor sertanejo, a gente é música brasileira, com muito orgulho. A nossa origem é caipira, mas, graças a Deus, a nossa música sertaneja cresceu tanto que virou algo muito importante dentro do cenário da música brasileira — devolveu Chitãozinho.
Quem também está exultante com o show de amanhã é o vice-presidente artístico da Rock World (empresa que produz Rock in Rio e The Town), Zé Ricardo, o mentor do “Pra sempre sertanejo”.
— É uma coisa para mexer com as emoções, porque às vezes o arranjo de cordas pode ficar muito correto e não emocionar. A gente está falando de uma dupla pop que se comunica com o Brasil inteiro. Essa é uma homenagem do Rock in Rio pelo que eles representam para a música sertaneja — disse ele, também satisfeito com a escolha do elenco do show: — Acho que eu consegui encontrar uma história mais rica por ter construído uma linha do tempo e ter achado os elementos certos para montar essa linha do tempo!
Mais recente Próxima ‘Cadê a Beyoncé?’: Zé Ricardo explica negociações e dificuldades com astros para montar line up do Rock in Rio