Uma das tecnologias mais revolucionárias do mundo será a dos caminhões autônomos. Um dia, você será capaz de pegar seu smartphone, comprar um produto e ele ser transportado diretamente da Zona Franca de Manaus em tempo recorde por terra. Ou capaz de vir direto do Canadá por terra. Um dia, quem sabe, virá direto da Ásia por terra.
Ao invés de ter um caminhoneiro humano (que pode bater o caminhão, terá que parar para comer, dormir e outras necessidades básicas), o caminhão virá sozinho o tempo todo. Se cada caminhoneiro dirige em média 12 horas por dia atualmente (já fora da lei, que estipula um limite de 8), um caminhão autônomo será capaz de dirigir por 24 horas direto.
Na pior das hipóteses, o tempo que demora para um produto chegar vai cair pela metade (isso sem contar que a maioria dos caminhoneiros devem seguir a lei, que os caminhões autônomos deverão ser mais rápidos que os pilotados, baterão menos… enfim, uma série imensa de vantagens), já que caminhões autônomos são mais eficientes por natureza.
Isso vai se refletir em toda a escala produtiva: vai ser mais barato o frete, pois não tem o custo do caminhoneiro, você não vai precisar mais de tantos centros de distribuição, o próprio preço dos produtos vai cair, pois o frete barateou. Em outras palavras: essa é uma das tecnologias que estão surgindo mais inovadoras e com o maior impacto na vida das pessoas comuns.
Já são diversas montadoras testando veículos sem motoristas nos Estados Unidos, Europa e China. Atéa Uber já está de olho nessa tecnologia – tanto que comprou uma startup especializada nisso, a Otto. Agora, uma startup brasileira que se autodenomina a “Uber dos caminhões”, a CargoX, está criando sua própria divisão de pesquisa e desenvolvimento na área, a CargoX Technologies.
Para tal, a startup contatou colaboradores que ficarão encarregados pela pesquisa e está buscando cientistas experientes em matemáticas e estatísticas, para desenvolver modelos matemáticos que permitirão fazer as viagens dos caminhões mais eficientes e seguras no futuro.
Com a nova tecnologia, a esperança é reduzir drasticamente a quantidade de acidentes – já que 90% dos acidentes acontecem por falhas humanas, de acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária. “A nossa ideia não é substituir o motorista, mas ajudar diminuir a quantidade de ocorrências nas rodovias. Estamos capturando e processando milhares de dados para alimentar os Self Driving Trucks que as montadoras estão desenvolvendo”, diz Federico Vega, CEO e fundador da CargoX.
Ele destaca que a CargoX tem como objetivo aumentar a eficiência do setor rodoviário brasileiro – como por exemplo, impedir a ociosidade de caminhões vazios. “Como fornecedores de cargas para os caminheiros é nossa responsabilidade trabalhar para baixar o numero de acidentes nas estradas e reduzir o número de caminhões viajando vazios, os quais atrapalham o trânsito e contaminam o meio-ambiente sem necessidade”, acrescente Vega.
Além disso, a CargoX se tornou uma grande compiladora de informações relevantes para o mundo de transportes, como as rotas mais eficientes e seguras durante as diferentes horas e dias do ano. “Estas informações iram auxiliar para tornar o transporte de cargas mais seguro, barato, rápido e eficientes em muitos aspectos”, comenta o executivo. “Futuramente, esse conhecimento vai ajudar as montadoras a desenvolver caminhões autônomos”, complementa.
Para continuar avançando, a CargoX recebeu R$ 49 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela banco de investimentos americano Goldman Sachs. A startup também apresentou um novo conselho de diretores, que incluiu nomes de peso da indústria de logística: Oscar Salazar – fundador da Uber -, Eddie Leshin – COO da Coyote Logistics – startup vendida por US$ 1,8 milhões, no ano passado e Hans Hickler.
Fonte: Start SE